domingo, 27 de maio de 2007

O Final de tarde, sem fim...

Outro dia, fui a um final
de tarde sem fim...
tarde finada.
observei-me em um galho
de um pobre árvore.

“Ah, árvore densa de
de minha solidão:
devias só tu mesma
existir e nada mais.
Se fosses só nessa terra?
quem contigo falaria?
quem te compreenderia?”

Nasci em uma época em
que não existiam as estações
de invernos...
em que não se plantavam uvas...
em que não se colhia quase o nada.
Cresci em um mundo que não mais
Se chora...

Sou um pobre turbilhão
de estrelas nulas.

Onipresença

Me sinto em pasto
vindo de mim mesmo
daquilo que não é meu.

Me sinto em claustro
daquilo que fui em
pasto daquilo que
pode ser eu!

Me sinto em sonho
dentro de meu Fim,
fim de mim mesmo,
daquilo que poderia
Ser-te.

Me sinto treva
fora de mim vivido
daquilo que poderá
ser-me.

Me sinto em nada
dentre tudo em fora
daquilo que pudera
sê-lo...

Me sinto um Fim
Fim para ali mesmo
daquilo que pudesse
vê-lo.

Me sinto sim
sim para si mesmo
naquilo que
que podia tê-lo.

Me sinto enfim
Fim para ti mesmo
sem aquilo que podia
sê-lo.

Dói muito ser Eu!

Nunca! De agora em diante.
O que dói é ser ninguém,
mesmo sendo nada.

Ser convicto é repudiar-se.

Coisas que morrem...

O que me restou, senão esta licamtropia?
que olho por trás de meus globos oculares?
alfarrábios, vidas, pesares?
virão todos a ser meus um dia?

Só minha funérea e conservada caricatura!
a habitar nesta terra escura,
entretida de óculos-latifúndios.

E aqui vejo que esta rosa se esfacela
aturdindo em meu clone magricela
desejos vis.Oriundos.

Eu nasço das coisas que morrem!