domingo, 29 de julho de 2007

BASTARDIA

Existem pessoas que nos passam... Remover formatação da seleção
Iguais a nós.
Existem os que nunca passam
de nós.
O garoto com a trouxa de roupa
por exemplo...

Existem aqueles que são,
e os que também fingem
ora, todos fingem, pois são
fingimentos em outros sentidos.

Existem também aqueles que
nos passam, sem seus próprios
dias, não contados e nem vividos:
são sempre assim!

Pois contar e viver os dias
é fingimento, mas sem cor!
dizer a alguém o que se passou
ontem:não é real e nem ilusório
apenas fingimento.

Quem chegou a morrer de fato
e de verdade?
prove então, ou cale-se em dois!

Nunca estaremos sós...
sempre existirá um “eu mesmo,
nós mesmos”...

Eu vejo sempre várias coisas
que se findam
sem nunca me dizerem porque
por que não conversam comigo?

Estou dentro de uma sala
fria e colonial, de fim de dia.
Secou-se meu tempo
.........................................

Há alguém ai?
me ouça!há alguém?
ninguém!
calma!

- Nós nunca estivemos fora!

Mas então onde estavam vocês
quando precisei?
não sei!

Eu nunca sei, não posso.
segurem em minha mão.
podem segurar, acalmem-se
aqui está claro
não há perigo.

Vocês estão fingindo!

A quem pertence essa ilusão?
a mim?

- Não, a nós!nós mesmos
a fizemos pra você!

Quem são vocês?

- Somos sempre um pouco
e algum longe!

- Você estava longe!

Não nunca estive, não podia
estar, eu dormia sempre.Ninguém
bateu.

- Ainda pensas que isso é um fim?
como podes achar isso?
È s um fraco.Não vês que todas
as épocas são diversas e mortas?
não vês?
nada vês!

Somos dois esqueletos em retirada
somos apenas fósseis...
partidos em três, e que discutem
sem parar.
criaram em nós (sem ver-nos)
nossa mentalidade pura...

E não sabemos para onde ir!
estamos sós e ardemos.

As palavras mentem!
todas elas são como um
lago em vias abertas:
elas mentem.
Sempre mentiram, e
como poucas.
odeio as palavras
preciso de ajuda!

As minha feridas antigas
de escarninho se abriram
em todas as portas.
Elas se escondiam
da rigidez de minha noite
sem minha natureza.

Sempre em extensão
de ponte em asilo
de constância morta.

Eu vi o cheiro da chuva
caindo em represália
de minha nação...
(como o vento)
na vida dos seus elementos
distinto de duplas vias
investindo em cima
de meu delírio e atacando
minha cinefilia...

Meu pânico era inquebrável
e dourado em outros...
como hidratando e
amando loucamente
em núpcias minha
carcaça: inimigo meu!

Canseira de em a toa
e por trás de meus
perfumes de aurora
morta e enlouquecida
como duas mulheres
sem filhos abortados
ainda jovens, mas
convictos.

Ah, meu apogeu de
terra...
em minha inútil morte
de espetáculo vespertino
de um turno só.
Preenchendo as cadernetas
sem falta de meu óbito
em presença.
e colocando faltas de
simulacro em minha
chamada...

Planta partida de
promíscuo sentimento
mas que ama
mesmo aqueles
que nunca me regam
em adeus congênito...

Era como estar morto
dentro de si
mas depois sair
para comprar presentes
de despedida em síncope
sem ninguém saber

iniqüidade amiga
que falava inglês e
recitava versos aos
meus trinta por cento
aprisionados...

sexo imundo, feito
em montanhas enormes
sem fora nem dentro
e memória(pra que?)
porque em resposta.

Duplamente insepulto
em dias, ingênito e
colérico, abençoado
em demência externa
de se fazer inveja
a muitos fins lucrativos
de cabelos crespos
e olhos vermelhos.

Olhando para a rua que
implorava por carinho
e ninguém dava,
tenho pena da rua
rua de secretos
aniversários coesos(obesos)
de final de ano
rua decrépta de
muitos pacotes de
instrumentos a fundo
rua incerta de terceiro
Prêmio...

Rua que aperta
e que chora sem parar.

Rua, eu grito, rua de novo
rua, minha rua , rua onde estás?
ruuuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaa?
não acredito que te mataram
não, não pode ser
mataram minha rua
e agora como fico
não minha rua, porque
porque fizeram isso de ti
eras tão bonita, minha rua
por que, por que?

alguém por favor me
diga: o que aconteceu?
o que houve?
ela se defendeu?
ela chorou?
ninguém sabia!

.......................................

Já se passaram muitos
e não mais existe minha
rua.Ela morreu no dia...
deixou muitas saudades
muitas preces, muitos
abraços

Os assassinos de minha
rua não foram pegos
e hoje só lamentamos
sem minha rua.

Pobre coitada, imediatista
e trabalhadora fiel de
anos a fio.
carta de alforria que
ninguém assassinou...

Eu quero o mundo
quero-o muito
e quero-o bem!