quinta-feira, 7 de junho de 2007

Ruminando minhas esperanças

Susto que foi embora de nós dois paridos
Sem ter tempo pelo menos de falar nada.
Fez de nós dois minha cabeça rachada,
De nós dois fez um só gemido.

Ventos de conventos simples e dianteiros,
Onde permanecia teu rosto e o meu,
Trouxeram de mim as juras que um só prometeu
Mas que quem cumpriu foi um dos derradeiros.


Calem-me a boca macia e virulenta
Cansada de dar ao mundo um arcabouço
Calem-me a voz crua e desigual.

Matem-me em uma noite fria e cinzenta
Enterrem-me em dentro de um grande poço.
Conservem meu cadáver pro final!

Um comentário:

Rebellis disse...

Excelente ritmo! Embora eu faça reservas com relação a sonetos que não seguem uma métrica estrita, o teu está muito bom. O final, como manda o figurino nesse tipo de composição, está estupendo. Parabéns ;-)